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Journal d'un Coeur

"Dia #365


Eu estou cansada. Exausta. Tremendamente ferida.
Não há mais como resistir a isso. Eu soube desde o princípio que terminaria assim.
Por mais que eu queira, não há salvação.
Quando se entrega o coração a alguém indigno, o fracasso emocional é o retorno possível.
Ele é um idiota, brincou comigo com suas palavras malandras e adocicadas.
Ah, mas é claro, a burra fui eu, por acreditar que aquelas juras feita sobre a chuva de folhas outonais no meio do Central Park, eram de fato, concretas.
Palavras são fáceis de se manipular, são como acordes imperfeitos e estranhos que, com uma arrumaçãozinha aqui e ali, se tornam facilmente aceitas por qualquer um.
Argh! Que ódio!
Eu nem acredito que ainda gastei meu sagrado dinheirinho comprando aquela luva de baseball pra ele.
Boa, garota...
Enfim..
Agora, não há mais o que se fazer.
Esse é o fim da linha e o final da história. Sem chances de uma reviravolta mirabolante ou um desfecho épico.
Nosso "felizes para sempre" nunca chegou a ser feliz, muito mais durar para sempre.
Fui uma garota boba, que se iludiu com palavras vazias de um falsário sentimental, habilmente treinado na nobre arte de destruir corações.
Mas não importa... Eu vou ficar bem. Sempre fico.
.
.
.
Ah, quem eu quero enganar? Eu estou explodindo de ódio!
Eu dei a ele todo o meu amor e minha sinceridade! E ele brincou comigo!
Como peças de xadrez em lados opostos, ele me atraiu e me guiou por todo o tabuleiro, até que eu estivesse astutamente encurralada e o xeque-mate fosse certeiro.
Uma rainha também cai, e eu cai por amar mais do que era prudente.
Pensando agora... Minha tolice foi absurda demais. Como eu não percebi antes?
Os olhares furtivos com aquela loira aguada do pavilhão F, os sorrisinhos galantes para as cheerleaders, as indicações 'amigáveis' para as oferecidas do clube de cinema...
Cretino! Idiota! Me traindo na cara dura...
Ah, que decadência. Um trágico e dramático fim para uma linda história de amor clichê, que nada mais foi do que isso, um clichê bobo, sem amor, sem emoção, sem verdade.
Aprendam isso, crianças: nunca amem demais aqueles a quem não conhecem de fato.
Relacionamentos baseados em atitudes impulsivas estão fadados ao total extermínio da razão e do equilíbrio emocional.
Mas, filosofia barata à parte... Eu... Ah. Eu não sei o que dizer.
Eu me sinto tão quebrada... Como se minhas esperanças de um amor puro e sereno tivessem sido massacradas por um fotógrafo charmoso e cafajeste. É terrivelmente doloroso assumir que errei feio em amá-lo tanto assim, me doando tanto, me importando tanto, acreditando nele mais do que deveria mas... Ah, qual é?! Eu sou uma pessoa esperançosa! Como eu poderia imaginar que ele seria tão cretino ao ponto de terminar nosso namoro no dia do nosso aniversário de um ano de namoro e no exato momento que o peguei no flagrante com Savanna Arthis?

É... Com certeza o erro foi todo meu mesmo. Eu me iludi, esperei mais do que deveria de quem claramente não sentia o mesmo e coloquei minhas esperanças nas mãos da pessoa errada. Me apaixonei pela doce ilusão que eu inventei...
Ok destino, já entendi. Aprendi a lição. Agora... Será que dá pra fazer essa dor parar?

Aqui é a Pear, e essa é a última página dessa história.



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