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Silenciando o Coração

Calou-se o coração, encerrou-se a melodia, a cortina fechou, o palco se apagou.
Ato finale.

Eu te amei.
No seu pretérito,
no meu presente e
no futuro.. de quem?
Não sei.
Só sei que ver teu olhar atado a outra,
fez as barragens do meu peito
transbordarem e inundarem tudo.
E eu, que tanto te amei até transbordar,
afoguei meu pobre coração
na tristeza de perder quem
nunca fora meu.

Ah, perdoe-me pelo melodrama,
mas minha licença poética de
eterna apaixonada
me permite transformar minha dor,
no mais lindo dos lieder.

Foste tu, a gosta que fez meu sonho,
ganhar forma na cor azul
do meu desejo pelo viver.
Foste tu, com tua voz abrigo,
que amparou meu ser
nos momentos de tormenta.

Ah, quão doloroso é falar de ti,
quando tudo de você
que sobrou em mim,
foram as lembranças do dueto dos sonhos,
onde eras meu fantasmas,
e eu era teu anjo.

Mas, ao que dizem, essa é a vida,
com seus misteriosos desencontros
e dolorosas despedias.
Só que ninguém me avisou,
por caridade ou consideração,
que nessas peripécias sagazes,
ela costumava partir corações.

E eu, que sempre pensei que tu foste
 a outra ponta do meu fio vermelho,
acabei enrolada nesse akai ito,
que na realidade,
pertence só a mim.





Y. de Carvalho.
23/10/2018, 22:38hs. 

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